quinta-feira, 13 de junho de 2013

No Jardim de Bax - Video documentário

        
        Como um Monet brasileiro, Bax, em seu jardim, fala de sua vida e da arte.
        Na intimidade de seu atelier, ao som da música clássica, vemos surgir anjos, peixes, cidades submersas; tudo repleto de abissal azul.
       Técnica e humanidade herdadas do mestre e amigo Guignard. Um mergulho no universo pessoal do artista que, ao completar 80 anos e 62 de carreira, se confirma como verdadeiro representante do modernismo brasileiro.


domingo, 28 de abril de 2013

Datas Especiais

Datas especiais marcam nossa existência. Atualmente, em nosso dia-a-dia, corremos atrás do tempo, mal conseguindo encaixar na agenda obrigações com casa, trabalho e filhos, deixando, muitas vezes, o tempo tão vital de descanso, lazer e convívio com amigos e família, literalmente, à deriva.

De uma criança aos bisavós, todos concordam que o tempo anda exíguo, "não dá pra nada", e cada um tem sua teoria para explicar tal fato: excesso de atividades, dizem uns; mudança na rotação da terra, já comprova a ciência.

A verdade é que a qualidade de nossa vida tem sido muito sacrificada pela falta de tempo.

Pra completar,  fatores como a crescente falta de mão-de-obra doméstica, e o aumento absurdo do custo de vida no Brasil, nos impelem a trabalhar mais, dentro e fora de casa, para manter nossa vida, inclusive finaceira, em dia, tendo que cortar programas de diversão e lazer fora de casa, seja pela falta de tempo ou por questões econômicas.

Todos estes fatores, juntos, muitas vezes têm provocado, tanto em crianças, quanto em homens e mulheres adultos ativos, um cansaço extremo e até uma certa desesperança. A vida fica sem sentido. É como correr atrás do vento. Os adultos se matam para simplesmente pagar as contas. As crianças têm tantas atividades, que nem têm tempo de ficar à toa, brincar e viver os primeiros anos, tão curtos e essenciais para sua formação, sendo, simplesmente...crianças!

Por outro lado, o excesso de consumo, e a preocupação exacerbada com a aparência, em detrimento do cultivo de valores essenciais, na educação "de berço" e nos relacionamentos, têm produzido um vazio existencial tão grande, que lota os consultórios psiquiátricos e aumenta o uso, muitas vezes abusivo, de medicamentos pesados, por pacientes de todas as idades. Trata-se o sintoma, não se analisa a causa. Todos querem viver como numa propaganda de sabonete, ou de cartão de crédito; ninguém quer viver a vida como ela é, com sua natureza, que muitas vezes inclui dificuldades e sofrimento, para que possamos APRENDER, e CRESCER!

Como uma música descrita em uma partitura, a vida é feita de silêncio e sons; precisa ter compassos diversos, relacionando-se entre si. É, ora rápida, ora lenta, ora silêncio, mas sempre com respiração, pausa, ritmo.

Viver num moto contínuo acelerado, é ter como trilha sonora de sua existência não uma composição de Bach ou do mestre dos épicos Enio Moriconne, mas sim um apito de guarda de trânsito: sem intervalo, pausa, ou variação de ritmo. Socorro! Onde é que vamos parar deste jeito? É bom paramos para reavaliar e mudar, antes que a própria vida nos pare!

Não sei se a vida está nos maltratando ou nós é que estamos maltratando a vida! Ela está aí, ainda, disponível, por um curto tempo, precisamos ter sabedoria! Para vivermos melhor, a ordem do dia é SIMPLIFICAR!

Mas, ainda que nem sempre tenhamos sabedoria, a vida nos reserva momentos especiais, que nos permitem parar, apreciar e enxergar nosso tempo nesta terra de forma mais ampla.

O aniversário de um filho, um jantar com amigos, seu aniversário de casamento, um curso que se conclui, uma reconhecimento que recebemos, um feedback espontâneo de um professor sobre a educação de seus filhos. Marcos na vida diária. Recompensas de nosso árduo trabalho. 

Há um dia em que você tira a melhor louça do armário, faz uma receita especial, que talvez lembre sua infância, convida seus amigos e a família. Sua casa se enche, parece um "tsunami do bem", todos passam como um furacão e, num minuto, se vão. No outro dia, enquanto todo mundo dorme, você ainda percebe no ar a alegria das pessoas juntas. A sala, vazia, está alegre, o chão, arranhado, conta que muitas pessoas queridas se encontraram, riram, e as crianças juntas brincaram.

Você se lembra de como você mesmo foi moldado num ambiente de convívio íntimo, dentro da cultura familiar que começa na casa dos pais e avós, se expande para a casa de tios, amigos, e de outras famílias que orbitam ao redor.

Mais tarde, você corta o cordão umbilical que prende seu balão de gás e alça voo, seu mundo, antes a família, alarga fronteiras, até se tornar o próprio mundo. Sua cultura familiar se mistura à de famílias de terras longíquas.

Mas, um dia, anos depois, você se acha de volta e, numa manhã silenciosa de domingo, enquanto a casa dorme e o sol de inverno se anuncia, você se lembra de tudo o que te forjou. Nesta hora você sabe, que você é: seus pais, irmãos, avós, amigos. Todos os que você ama, até os que já se foram ou longe estão, são parte de você, e certamente você também é parte de pessoas que te amam em várias partes do planeta.

Você sabe: que sua história pode estar numa lembrança, numa louça ou receita de vó, na comida que sua mãe ainda faz,e nos dias de festa, traz; na contribuição de cada amigo ou irmão; e que todo este legado de amor e cuidado, que nos faz pertencer, a um tempo e lugar, e existir, é hoje, transmitido da mesma forma a nossos filhos e amigos, nas camadas infinitas do cotidiano, e também em dias especiais.

Estas datas, quando todos se vão, e você, exausta vê, no sorriso do seu pequeno aniversariante, uma alegria que dispensa palavras, diante de sua pequena festa à moda antiga, totalmente "feita em casa", para poucos amigos e familiares, nos levam a pensar que a vida, de fato, VALE A PENA!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Diálogos da vida moderna

Sexta-feira à noite. Júlia se prepara para receber um casal de amigos em casa para jantar. Fim do dia, correria, rush. Chegando em casa, depois de um longo dia de trabalho, percebe que precisa de um artigo urgente. Liga para o marido. Ele, no trânsito, a caminho de casa, todo solícito, atende o celular.
Por segurança, coloca o smartphone sobre a perna, no viva-voz:
"Como é bom contar com esta teconologia de ponta - pensa ele - não é à toa que este aparelho é o modelo mais vendido no mundo. Um diálogo como este seria impensável há alguns anos atrás."

- Oi, amor.
- Oi, querido, tudo bem? Por favor, traga absorvente.
- Tudo bem, você quer que eu leve sorvete?
- Não!! Ab-sor-ven-te.
- Pode deixar, já entendi, sorvete!
-O que aconteceu, você não está me ouvindo?
- Tá bom, também quer que eu leve vinho!
- Você está fazendo hora com a minha cara? Eu preciso de Modess?
- Ah, de nozes! Pode deixar, querida, eu levo: sorvete, vinho e nozes! Mais alguma coisa?
-Não, obrigada!
"Deixa pra lá -pensa ela - quando você chegar eu converso com você, usando a mais imbatível tecnologia
de relacionamento de todos os tempos: o "face to face"."

quarta-feira, 6 de março de 2013

Fases da vida



         Em plena terça-feira, na hora do almoço, o menino, à queima-roupa, dispara:
- Mãe, que idade você prefere: a infância, a adolescência ou a “adultice”?
A mãe, se divertindo com a pergunta e ao mesmo tempo tentando entendê-la:
- Você quer dizer, pra minha vida?
- É!
- Bem, cada fase tem seus prós e contras! (E, pra si mesma, pensando: Na verdade, não se pode escolher).   
 E, enquanto a mãe ainda pensava, lá vem ele:
- Eu prefiro a adolescência.
- Mas você só tem 9 anos!
- É que fico vendo meus irmãos, eles tem tantos programas, deve ser legal!
- Filho, na verdade a gente só tem o presente. É melhor viver bem cada fase da vida, e não ficar pensando no que já foi ou ainda não é.
- É, mas eu já escolhi: Na infância, prefiro a adolescência. Na adolescência, acho que também vou preferir a adolescência. Na adultice, a juventude. E na velhice, vou preferir a infância.
 E, maroto, pra concluir:
- Ser velhinho deve ser legal: todo mundo fica te paparicando: te leva pra lá, te leva pra cá, come gelatina, bolo, agora cochila. Você não tem que fazer nada, pode ver tv um tempão e depois vai dormir!

Este menino...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Consciência


Estávamos à mesa conversando; eu e dois de nossos filhos. Em nossa casa, conversamos muito com eles, e a mesa é um ótimo lugar para isto. Desde pequenos, analisamos juntos o mundo, situações e comportamentos à nossa volta, o conteúdo do que consomem (da comida à cultura), buscando sempre pautar a educação que lhes damos em princípios e valores,como principal ferramenta para forjar seu caráter.

Pois outro dia estávamos falando da memória que eles têm de seus bisavós, e o pequeno, disse: "Eu gostaria de ter aproveitado mais meus bisavós."- falando dos que já se foram com um ar, assim, meio triste.
Eu, tentando fazer uma escavação arqueológica em seu pensamento, para entender o que ele estava pensando, perguntei:  "O que você quer dizer, meu filho?"

E ele, de seus 10 anos, ainda incompletos, disse: "Quando convivi com meus bisavós, eu era muito pequeno, não tinha consciência de quem eles eram, nem de que um dia eles iriam embora para sempre! Se soubesse teria aproveitado mais deles!"

Buscando presença de espírito para sair bem da situação, eu quis valorizar sua experiência, mostrando o outro lado da moeda. E disse: "É verdade, meu filho, você era muito pequeno, não tinha como perceber as coisas de forma diferente. Mas podemos ver tudo de mais de um ângulo: se você parar pra pensar, vai ver que é um menino privilegiado, pelo simples fato de conviver com seus bisavós. Hoje, as pessoas estão casando cada vez mais tarde, quando casam; tendo filhos ainda mais tarde, quando têm, o que aumenta muito a distância entre as gerações. Por isto, muitas crianças não conhecem nem os avós, ou convivem por pouco tempo, o que se dirá dos bisavós. Então, o seu caso é uma excessão, você conheceu e pôde conviver com vários de seu bisavós. Não é bacana?

Diante deste "arremate na costura", parece que o pequeno saiu aliviado e mais animado.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sobre o Natal, Jesus e algumas notícias que não saem nos jornais



Cada vez que a terra dá mais uma volta em torno do sol, tudo se renova.

A despeito de nossas muitas opiniões, de todo saber humano e de toda a ciência, assistimos, como meros espectadores, à sinfonia do maestro Todo Poderoso que, soberano, rege as estações para que se sucedam, e a natureza, para que, apesar de seu sofrimento, insista em florescer, procriar explodir em sol e calor, filhotes, flores, frutos, cores, e água abundante dos céus que faz tudo verdejar e crescer.

Um ano se passou. Agora, temos a oportunidade de fazer uma pausa e refletir. Mais que desejar, saber agradecer.

Quem sabe deixar de lado a histeria do mundo, que mercantiliza o que não tem preço – sim, pois o que é essencial em nossa vida não pode ser comprado; mas é recebido de graça e pela Graça: o amor, saúde, e Paz verdadeiros,  princípios e valores, um caráter reto, onde podemos obter? Pare um pouco e reflita.

Num livro escrito no século XVI chamado O Peregrino, encontrei uma frase que dizia algo mais ou menos assim: “O mundo é uma grande feira. Deus é o dono da feira. Seu filho Jesus viveu como homem na terra. Esteve aqui, por 33 anos, e não comprou nem um artigo da feira.”
Que descoberta! Quer dizer que não preciso de NADA da feira para ter TUDO o que eu preciso! Que libertação!
E quer dizer ainda que o que eu realmente preciso NÃO está nos Shoppings, na internet, ou nos outlets dos EUA!! Uau!! Que maravilha!

O que as Escrituras ensinam é que em Deus posso todas as coisas, que sua Graça me basta, e que se estou Nele, NADA vai me faltar. Posso dormir tranqüila, não tenho o que temer! Não preciso andar ansiosa com o que vou vestir ou comer, não temo pelo amanhã e não me atemorizo pelas más notícias, pois sou sua filha, estou segura, e sou herdeira Dele em todas as coisas, inclusive em suas riquezas eternas, que a traça e a ferrugem não corroem, e os ladrões não roubam!

Gente, eu não preciso ir ao Shopping comprar NADA! Aliás, para obter os valiosos bens, impagáveis, citados aqui, tenho que entrar no sossego, na reflexão e no silêncio, aos pés do meu Deus, é lá que vou encontrá-los.

Vocês sabem que muitas notícias importantes nunca são publicadas nos jornais. Se você acha que é bem informado porque assina a Folha ou lê o New York Times, forget about it ! Notícias eternas não saem nos jornais!

Fora outras realidades sérias, extensas e encobertas do mundo que são “muito tristes”, não rendem votos ou não vendem jornais, por isto, quase nunca aparecem nos jornais oficiais.

Mas o que eu quero contar pra vocês é uma verdade que pode transformar o mundo, e abalar os interesses capitalistas do Natal. Não deu nos jornais, mas “Jesus desapareceu da manjedoura, ele não está lá!” Foi feita uma busca no Jardim do Túmulo, na antiga propriedade de José de Arimatéia, em Jerusalém, e o túmulo está vazio, ele também não está lá!

Com tanta festa e comércio ao redor do mundo, em homenagem a Jesus, ele deveria ser o principal convidado, não acham? Mas afinal, onde ele está?
           
Queridos, Jesus morreu e ressuscitou, ele vive, está bem perto de nós. Pão da Vida, Cordeiro de Deus, bom Pastor, Todo Poderoso, Aquele que era, que é, e que há de vir. O mesmo eternamente, Salvador, Redentor, pura Graça e Amor. Aquele que morreu em nosso lugar, para que todo aquele que nele crer não pereça, mais tenha vida eterna.

Jesus não pediu para celebrarmos seu nascimento mas sim sua morte, que traz vida eterna para aqueles que nele crêem. “Fazei isto em memória de mim.” Assim ele nos ensinou a lembramos seu corpo moído na cruz por amor de nós. A cruz é essencial, não a manjedoura. Na cruz ele levou sobre si nossos pecados; morrer ali foi seu principal objetivo, seu alvo incondicional, a razão pela qual ele viveu. Sem sua morte na cruz não teríamos acesso à salvação, a uma eternidade em Deus.

Se tudo isto parece estranho pra você, se você não acredita, ou não concorda, ouça: Deus é soberano, eterno, e Todo-Poderoso; Ele não depende de nossa opinião. É diante dele que vamos prestar contas sobre nossos atos, e é sob Seus princípios que seremos avaliados. Nossas opiniões e certezas diante Dele são como pó!

Portanto, queridos e queridas, neste tempo possível de pausa e reflexão, rendam-se a este Jesus que é puro amor, que vive, que tem o melhor para nós, muito além do que pensamos ou desejamos. “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, pensamentos de Paz e não de mal, para alcançardes o fim que desejais.” Ele vive, reina, governa sobre toda a Terra. Ele é o Senhor. Deixe que seja também Senhor de sua vida, enquanto há tempo.

Ao serem repreendidos, os discípulos de Jesus se incomodaram e Jesus lhes deu liberdade para irem embora, mas eles disseram: “Pra onde iremos, Senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?” Assim também é com nossa vida: recebemos livre arbítrio para fazer o que quisermos, mas nossas próprias verdades muitas vezes levam à becos sem saída, e à morte.

Os caminhos de Deus são de amor, misericórdia, e são eternos. Hoje, enquanto o fôlego da vida está em você, enquanto você está vivo e é livre para fazer uma escolha consciente, largue tudo o que tem te ocupado tanto, se aproxime dele e se apegue somente à verdade, ao único que pode te dar vida em abundância. O que você tem vivido é só uma sombra da vida que você pode ter em Jesus. Fora dele não há Vida. Acredite. Seu coração tem uma porta cuja chave está do lado de dentro. Só você pode abrí-la. Jesus está à porta e bate. Que tal convidá-lo para, neste Natal, se assentar com você à mesa e ceiar?





domingo, 3 de junho de 2012

INFÂNCIA


Tardes longas, alaranjadas
pés no chão
pão assando na cozinha
tempo,
contemplação.

No céu, incontáveis estrelas
em casa, luz de lampião.
Rastreando siris na areia
pra dormir ao som do mar.

Num tempo guardado no tempo,
o avô cuida do jardim,
a avó escolhe verduras e frutas
do carroceiro que sempre passa.

Contando histórias e rindo
podemos passar uma tarde
-quisá uma vida-
inteira juntos.

A casa é viva
Tem sol, comida, amor.
Sem saber que tudo será lembrança,
nos alimentamos dessa infância,
pra toda a vida.