sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sobre o Natal, Jesus e algumas notícias que não saem nos jornais



Cada vez que a terra dá mais uma volta em torno do sol, tudo se renova.

A despeito de nossas muitas opiniões, de todo saber humano e de toda a ciência, assistimos, como meros espectadores, à sinfonia do maestro Todo Poderoso que, soberano, rege as estações para que se sucedam, e a natureza, para que, apesar de seu sofrimento, insista em florescer, procriar explodir em sol e calor, filhotes, flores, frutos, cores, e água abundante dos céus que faz tudo verdejar e crescer.

Um ano se passou. Agora, temos a oportunidade de fazer uma pausa e refletir. Mais que desejar, saber agradecer.

Quem sabe deixar de lado a histeria do mundo, que mercantiliza o que não tem preço – sim, pois o que é essencial em nossa vida não pode ser comprado; mas é recebido de graça e pela Graça: o amor, saúde, e Paz verdadeiros,  princípios e valores, um caráter reto, onde podemos obter? Pare um pouco e reflita.

Num livro escrito no século XVI chamado O Peregrino, encontrei uma frase que dizia algo mais ou menos assim: “O mundo é uma grande feira. Deus é o dono da feira. Seu filho Jesus viveu como homem na terra. Esteve aqui, por 33 anos, e não comprou nem um artigo da feira.”
Que descoberta! Quer dizer que não preciso de NADA da feira para ter TUDO o que eu preciso! Que libertação!
E quer dizer ainda que o que eu realmente preciso NÃO está nos Shoppings, na internet, ou nos outlets dos EUA!! Uau!! Que maravilha!

O que as Escrituras ensinam é que em Deus posso todas as coisas, que sua Graça me basta, e que se estou Nele, NADA vai me faltar. Posso dormir tranqüila, não tenho o que temer! Não preciso andar ansiosa com o que vou vestir ou comer, não temo pelo amanhã e não me atemorizo pelas más notícias, pois sou sua filha, estou segura, e sou herdeira Dele em todas as coisas, inclusive em suas riquezas eternas, que a traça e a ferrugem não corroem, e os ladrões não roubam!

Gente, eu não preciso ir ao Shopping comprar NADA! Aliás, para obter os valiosos bens, impagáveis, citados aqui, tenho que entrar no sossego, na reflexão e no silêncio, aos pés do meu Deus, é lá que vou encontrá-los.

Vocês sabem que muitas notícias importantes nunca são publicadas nos jornais. Se você acha que é bem informado porque assina a Folha ou lê o New York Times, forget about it ! Notícias eternas não saem nos jornais!

Fora outras realidades sérias, extensas e encobertas do mundo que são “muito tristes”, não rendem votos ou não vendem jornais, por isto, quase nunca aparecem nos jornais oficiais.

Mas o que eu quero contar pra vocês é uma verdade que pode transformar o mundo, e abalar os interesses capitalistas do Natal. Não deu nos jornais, mas “Jesus desapareceu da manjedoura, ele não está lá!” Foi feita uma busca no Jardim do Túmulo, na antiga propriedade de José de Arimatéia, em Jerusalém, e o túmulo está vazio, ele também não está lá!

Com tanta festa e comércio ao redor do mundo, em homenagem a Jesus, ele deveria ser o principal convidado, não acham? Mas afinal, onde ele está?
           
Queridos, Jesus morreu e ressuscitou, ele vive, está bem perto de nós. Pão da Vida, Cordeiro de Deus, bom Pastor, Todo Poderoso, Aquele que era, que é, e que há de vir. O mesmo eternamente, Salvador, Redentor, pura Graça e Amor. Aquele que morreu em nosso lugar, para que todo aquele que nele crer não pereça, mais tenha vida eterna.

Jesus não pediu para celebrarmos seu nascimento mas sim sua morte, que traz vida eterna para aqueles que nele crêem. “Fazei isto em memória de mim.” Assim ele nos ensinou a lembramos seu corpo moído na cruz por amor de nós. A cruz é essencial, não a manjedoura. Na cruz ele levou sobre si nossos pecados; morrer ali foi seu principal objetivo, seu alvo incondicional, a razão pela qual ele viveu. Sem sua morte na cruz não teríamos acesso à salvação, a uma eternidade em Deus.

Se tudo isto parece estranho pra você, se você não acredita, ou não concorda, ouça: Deus é soberano, eterno, e Todo-Poderoso; Ele não depende de nossa opinião. É diante dele que vamos prestar contas sobre nossos atos, e é sob Seus princípios que seremos avaliados. Nossas opiniões e certezas diante Dele são como pó!

Portanto, queridos e queridas, neste tempo possível de pausa e reflexão, rendam-se a este Jesus que é puro amor, que vive, que tem o melhor para nós, muito além do que pensamos ou desejamos. “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, pensamentos de Paz e não de mal, para alcançardes o fim que desejais.” Ele vive, reina, governa sobre toda a Terra. Ele é o Senhor. Deixe que seja também Senhor de sua vida, enquanto há tempo.

Ao serem repreendidos, os discípulos de Jesus se incomodaram e Jesus lhes deu liberdade para irem embora, mas eles disseram: “Pra onde iremos, Senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?” Assim também é com nossa vida: recebemos livre arbítrio para fazer o que quisermos, mas nossas próprias verdades muitas vezes levam à becos sem saída, e à morte.

Os caminhos de Deus são de amor, misericórdia, e são eternos. Hoje, enquanto o fôlego da vida está em você, enquanto você está vivo e é livre para fazer uma escolha consciente, largue tudo o que tem te ocupado tanto, se aproxime dele e se apegue somente à verdade, ao único que pode te dar vida em abundância. O que você tem vivido é só uma sombra da vida que você pode ter em Jesus. Fora dele não há Vida. Acredite. Seu coração tem uma porta cuja chave está do lado de dentro. Só você pode abrí-la. Jesus está à porta e bate. Que tal convidá-lo para, neste Natal, se assentar com você à mesa e ceiar?





domingo, 3 de junho de 2012

INFÂNCIA


Tardes longas, alaranjadas
pés no chão
pão assando na cozinha
tempo,
contemplação.

No céu, incontáveis estrelas
em casa, luz de lampião.
Rastreando siris na areia
pra dormir ao som do mar.

Num tempo guardado no tempo,
o avô cuida do jardim,
a avó escolhe verduras e frutas
do carroceiro que sempre passa.

Contando histórias e rindo
podemos passar uma tarde
-quisá uma vida-
inteira juntos.

A casa é viva
Tem sol, comida, amor.
Sem saber que tudo será lembrança,
nos alimentamos dessa infância,
pra toda a vida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Jocelin e os arándanos, ou 44 km para comer framboesas

Ela vive perto perto do vulcão Osorno, na região central do Chile. Estuda na cidade com nome de vulcão, e trabalha no campo, numa plantação de frambuesas e arándanos (as famosas blueberries, no Brasil, mirtilos). 

Foi assim que a conheci. Passávamos por uma pequena estrada em direção a Paso Samoré, percorrendo os 351 km que separam Puerto Varas, no Chile, de Bariloche, porta da da Patagônia argentina. Esta é a única passagem  possível de carro entre os dois países, nesta região dos lagos andinos, atravessando a Cordilheira dos Andes.

Na estrada, nehuma parada decente à vista. De repente, uma casinha com dois anúncios: Arándanos e Frambuesas. Foi impossível não dar meia volta e parar para provar as frutas.

Simples e simpática, como típica chilena do interior, Jocelin trouxe, de dentro da casa, duas vasilhas enormes repletas de frambuesas e arándanos fresquinhos. Após comprar uma 'medida' de cada, perguntei se poderia conhecer a plantação. A moça gentilmente nos conduziu à área anterior à casa, através de um portão que dava acesso a uma imensa plantação das frutas patagônicas, com milhares de pés repletos, cujo número não se podia contar. Ao indagar se podíamos comer do pé, respondeu, num espanhol bem emboladinho:
"-Poden comer todo lo que quieran!"

Nos contou que aquela plantação tinha produzido, na safra atual, 45 mil kilos de framboesas, mas que grande parte iria se perder. Diante do meu espanto, explicou: o maior cliente deste fazendeiro, para exportação, é a Sérvia. Neste ano, o país do leste europeu produziu mais framboesas que o esperado, portanto sua importação diminuiu. A venda local, no varejo, nesta pequena propriedade chilena, é de somente 5 mil kg, e o consumo das frutas no país é baixo. Portanto, grande parte dos 40 mil kilos restantes iria se perder.

Descobertas econômicas feitas, perguntei ainda sobre nomes de árvores gigantes e dos cuidados com a plantação, indagações que ela não soube responder, dizendo não ter 'interesse sobre o assunto'.

A postura blasé da moça, numa realidade tão rica e distinta da nossa, me fez pensar no quanto a curiosidade é ligada à inteligência. Quem é inteligente costuma ser curioso, e esta curiosidade muitas vezes nos leva a conhecer não só o ambiente em que vivemos, como amplia sem limites nosso conhecimento do mundo.

Esta contradição me fez pensar o quanto não valorizamos o ambiente em que vivemos - pois certamente esta moça habita numa das regiões mais lindas do planeta -, e o quanto as novas gerações se desinteressam e perdem o conhecimento sobre a natureza e sua dinâmica, seja na Patagônia ou em qualquer parte do mundo.

Bem, mas seguindo viagem, já dentro do carro, preparando para nos despedirmos, Jocelin, aos 45 minutos do segundo tempo, pergunta:  

-"De donde sos?"
- "De Brasil." respondemos. Ao que ela, prontamente, rebate:
-"Hay muchos reptiles en Brasil????
Apesar de atônita com a pergunta 'Indiana Jones' da moça, respondo com naturalidade, para não constrangê-la:
-"En las grandes ciudades no. E estas son la verdadera selva." Jocelin insiste:

- "Hay anacondas?" Mesmo sabendo que esta é uma imagem clichê do Brasil no exterior, ficamos perplexos.
Já entrando no carro, respondo, fazendo um certo suspense:
-"No. Pero tenga cuidado: el animal mas peligroso que existe es el ser humano."

Ela sorri, mas creio que, por segurança, jamais virá ao Brasil.

Agora temos 44 km para comer framboesas, antes de chegar à fronteira. Não podemos atravessá-la carregando flores, frutos ou sementes.

Nesta terra longíqua, indescritível e ainda tão pouco explorada, além de encher nossos olhos e alma, descansarmos e aprendermos muito, descobrimos uma oportunidade real para o comércio de berries. Este ano, só nesta pequena propriedade, 40 toneladas de framboesas disponíveis.
Alguém se habilita?